03 abril 2015

A PROCRASTINADORA QUE HÁ EM MIM

  Tenho andado seriamente preocupada com os cada vez mais frequentes e profundos períodos de procrastinação em que me auto-envolvo. Não que eles sejam de todo novidade da minha rotina, sempre os tive. Eram como um pequeno guilty pleasure, que nunca perdi muito tempo a tentar encobrir pois a minha faceta de menina bonita e bem-comportada sempre se encarregou de tornar essa possibilidade ainda menos plausível e real do que na realidade era.
  Os últimos tempos têm, no entanto, tornado aquilo que era um pequeno pecado capital de fim-de-semana num pão-nosso de cada dia, mais pontual e rigoroso que o terço das seis. Sinto que o curso natural das coisas foi altamente traído pela minha preguiça crescente e em vez de me estar a tornar progressivamente numa universitária trabalhadora com pinta de gente grande, estou a regredir a olhos vistos para o nível de produtividade de uma criança de cinco anos.
  A situação deixa-me ainda mais preocupada quando confrontada com convites para idas à praia e resmas de trabalho para fazer, passo tardes a brincar no motor de busca da Edreams, simulando os preços dos voos do Rio para Buenos Aires, quando deveria era estar no encalce do bilhete de regresso para a minha responsabilidade, que urge, diria eu, necessita de voltar a terras lisboetas rapidamente. 

20 março 2015

IR AO CONTROLO


  Já me tinha escapado uma primeira vez. Adiantei logo ao rapaz que sabia, e sabia, muito bem quanto peso tinha à partida. Mentira, mentirinha das grandes. Já não via uma balança fazia meses, mas só a possibilidade de subir à dita e me confrontar com números dignos de um cachalote, arrepiaram-se-me as entranhas. Então, mandei um número, assim por alto; o último que me lembrava de ter tido. Devo ter sido convincente, tanto que o moço apontou sem fazer mais interrogações.
  Ora, quarta-feira, a pingar e estafada da minha corrida na passadeira e séries intermináveis de abdominais, agachamentos e contorcionismos afins, voltei a bater os olhos nela. A um canto, quieta e sossegada. Trocei da minha ideia e pensei que nem morta me sujeitaria a tal análise de livre vontade. Afinal, o que importa é sentir-mo-nos mais tonificadas e, acima de tudo, saudáveis. Por isso, que motivos teria eu para ter tanto medo de subir à dita cuja. Cheguei à conclusão que desta vez não estaria só a enganar - leia-se o verbo de uma forma fofinha -  o personal trainer mas também a minha própria pessoa, o que seria no mínimo estúpido. "Que mal tem um número?", repeti para mim. E subi. Se ficásse traumatizada passaria pelo Pingo Doce que me parece-se mais próximo; à ida para casa, e carpiria ao sabor de um belo gelado de chocolate e menta.
  Após aquele que me pareceu o segundo mais demorado da história, percebi que tinha perdido peso. Sim! Voltei a subir para a balança para confirmar e sim, pude festejar. Perdi UM QUILO E MEIO! Partindo do pressuposto que o meu peso inicial kind of fantasma se aproximava da realidade. Agradeci a todos os santinhos e mais alguns, especialmente aos do metabolismo e ginásticas forçadas, que me têm acompanhado nestas três semanas. Hoje não vou de viagem sem antes passar no supermercado para a minha merecida recompensa.

14 março 2015

SAIR AO PAI

  Parti um copo, abri o lábio superior e tive de ir levar pontos ao hospital. Parece que fui vítima de violência doméstica (qual botox forçado!) e o pensamento que mais me tem assolado é como é que vou fazer o buço nos próximos tempos. Sair ao pai é lixado.

12 março 2015

SER ESTUDANTE DE ARQUITECTURA....

  Ser estudante de Arquitectura é já estar habituado a dormir seis horas por dia. Ser estudante de Arquitectura é ter uma pilha de livros para ler na mesa de cabeceira e não lhes poder tocar, porque do outro lado existe uma pilha igual sobre Arquitectura que tem prioridade. Ser estudante de Arquitectura (no feminino) é ter abandonado a ideia de pintar as unhas de alguma cor chamativa, senão mesmo abandonar a ideia de pintar as unhas de todo (agora que penso, no masculino também,  no judging). Ser estudante de Arquitectura é saber que o nosso melhor amigo passou a ser Projecto. Ser estudante de Arquitectura é sonhar com visitar todos os lugares maravilhosos que estudamos e não ter ganho o Euromilhões para o fazer. Ser estudante de Arquitectura é comer qualquer coisa à pressa na cantina da Faculdade às duas da tarde para voltar a entrar daqui a uma hora. Ser estudante de Arquitectura é tentar ser o mais regrado possível e viver com a culpa de ter "perdido" aquela meia a ver vídeos no Youtube enquanto se podia ter estado a trabalhar no portefólio. Ser estudante de Arquitectura é ficar chato e não falar doutra coisa. Ser estudante de Arquitectura é levar horas a fazer painéis para uma apresentação e depois vestir qualquer coisa em dez minutos e correr para a Faculdade. Ser estudante de Arquitectura é entrar em drama existencial na noite antes da entrega. Ser estudante de Arquitectura é nunca ter nada sobre controlo. Ser estudante de Arquitectura é engordar uns bons quilinhos até perceber que carregar maquetes não será o suficiente para nos manter em forma. Ser estudante de Arquitectura é querer fazer formações à parte, ir a conferências, ler revistas sobre o tema e talvez ter algum tempo para nós e só ter 24 horas no dia. Ser estudante de Arquitectura é, sem dúvida, bastante exigente e bombástico, mas ser estudante de Arquitectura é igualmente bonito e recompensador.

28 fevereiro 2015

O DIA EM QUE DESCOBRI O WAREZTUGA

  Nunca dei grande atenção a séries. Até então, a única que contava no meu registo era o Glee e quando entrei para a  Faculdade achei que já não era para mim, que estava crescida demais para dramas do liceu (cof cof) e larguei o espisódio semanal na manhã de sábado.
  Para dizer a verdade, até desdenhava de quem se perdia, madrugada adentro, preso ao monitor do portátil, apenas com a luzinha ténue do candeeiro da mesa de cabeceira, entre episódios e episódios das mais variadas sagas televisivas. 
 Mais a mais, nunca tive gostos muito semelhantes à maioria dos meus pares e as séries mais mainstream, onde habitam mortos-vivos, vampiros e rapazes lamechas, nunca me despertaram grande interesse.
  Quis o destino, faz agora uns meses, que uma professora de História de um semestre passado nos pedisse para ver um filme e fazer a respectiva crítica, em género de TPC divertido. Lembro-me de na altura não ter achado grande piada às estratégias ditas didácticas da senhora e ter pensado que leria uns resumos e lá conseguiria uma prosa inspirada para entregar.

18 fevereiro 2015

VIAGENS | VIAJAR COM BAIXO ORÇAMENTO?

  O que eu gostava mesmo era de passar um ano ou dois a dar a volta ao Mundo. Como não ganhei o Euromilhões e muito menos recebi uma herança milionária, vou cumprindo esse objectivo devagarinho. Um grupo de amigos e cá vamos nós, de quando em vez. No entanto, uma das coisas que reparei logo desde o início é que muitos deles apesar de terem essa vontade, desmoralizavam rapidamente devido ao valor que achavam  que não estava ao seu alcance. Enquanto estudante a viver fora da casa dos pais sei bem o dinheiro que se gasta todos os meses nos básicos. Como trabalhos só coisas esporádicas, dependo das minhas poupanças ao longo dos anos (já disse o quanto me orgulho de ter sido uma criança poupadinha?) para o fazer. Aqui ficam algumas coisas que aprendi com as últimas incursões. (É possível gente!)


1. Ser o nosso próprio agente de viagens
Divirto-me imenso a fazê-lo. Posso personalizar a viagem exactamente ao gosto do grupo, controlar todas as despesas e ainda aprender imenso enquanto pesquiso sobre os lugares que quero visitar.

2. Optar por acomodação alternativa
Bem-vindos ao século XXI! A ditadura dos hotéis terminou. Com tanta oferta basta ser original. Existem hostels e pousadas (ver Hostelword), que muitas vezes têm um ambiente muito mais informal, os parques de campismo, apesar de eu só arriscar nos meses quentes do ano e agora, através do Couchsurfing, até já é possível ficar, ao que parece, em casa de locais a custo zero.

3. Poupar na alimentação 
Percebi que muitas das vezes, a alimentação era um dos meus maiores gastos diários em viagem. Num hotel as refeições não incluídas são um balúrdio. A opção pode ser um supermercado ou um restaurante barato. Nos hostels costuma existir uma cozinha onde cada hóspede pode fazer a sua própria refeição. Basta arranjar uns recipientes herméticos, pôr nas malas e aí está a opção mais económica de todas. P.S. Verificar também as refeições incluídas na estadia escolhida. Por vezes 2/3€ a mais por diária não são grande dilema se o pequeno-almoço vier incluído.

14 fevereiro 2015

O PAPÃO DO GINÁSIO

  Vem aí um novo semestre e pelas minhas contas já levo seis meses a viver sozinha; isto é, fora da casa dos papás. Desde aí, tive de repensar as minhas lides dançarinas, já que ficando em Lisboa, seria impossível continuar a praticar no mesmo local.
  Dançar na capital é caro (fica a nota). Apesar de existirem imensos locais de sonho; que parecem ter sido tirados do filme Fame, a verdade é que tal como a maioria dos estudantes, não nado em dinheiro. Ainda me arrisquei nos primeiros tempos, mas tive de apelar à Carolina racional e cancelar a inscrição no final do ano.
  Rapidamente percebi (e as minhas ancas também fizeram o favor de me avisar) que ficar parada não era solução, pois o caminho seria uma trilha sem regresso rumo ao mundo dos monstrinhos das Bolachas. Tentei aqueles videos do Youtube que toda a gente conhece e apesar do meu problema não ser falta de motivação, senti que não estava a ser tão eficaz como antigamente.
  Última solução encontrada: ginásio da Faculdade. 
  Nunca tinha estado num ginásio antes e entrei lá um tanto a medo, tentando estudar os espécimes autóctones.  Pedi informações e como não me pareceu nada doutro do mundo, diz que me vou lá inscrever na segunda-feira. 
   Um certo medo apodera-se de mim quando penso nisto, mas há que ser corajosa e pegar o touro de frente. Uma passadeira não deverá ser assim tão difícil de usar e com um certo esforço hei-de me habituar a correr sem um objectivo em concreto. 
  Rezemos para que os próximos episódios sejam igualmente entusiásticos.  

19 janeiro 2015

OUTROS ESPAÇOS | APRESENTAÇÃO



  Para que o Coucou Caroline fique livre dos meus outros projectos e continue a ser um local de opinião informal, decidi separar as águas. Assim, surgem dois espaços paralelos, que podem consultar na barra lateral do blog, caso seja do vosso interesse.

  O RUBOR é um apoio à minha curiosidade pela Maquilhagem. Nele vou partilhando pequenas dicas e expondo ideias. No futuro, espero oferecer os meus serviços e batalhar pela beleza natural e o meu lema less is more.

O ARCHImiúda é para a minha faceta aluna de Arquitectura. Visa ser um blog de nicho, que deve ser mais interessante para os restantes estudantes ou interessados pela área.

Um dia feliz!

RE(INÍCIO)

  Hoje começa uma nova fase do blogue. Tudo o que está para trás fica para mim, só para mim (chamem-me egoísta). Virão aí coisas melhores, disso não duvido.